Eu vejo os jovens gritarem que somos a geração moderna. Os pós-modernistas, a geração evoluída. Eu vejo o governo fazendo campanha de vacina para evitar doenças sexualmente transmissíveis em adolescentes de 11 a 13 anos (porque sabe como é, né? O jovem brasileiro inicia a vida sexual cedo). Eu vejo a televisão colocando na cabeça de todos o que é certo ou errado, afinal, o que á geração passada era uma falta de respeito, hoje não é nada demais. Eu vejo uma geração que acha tudo normal demais. Uma geração que confunde liberdade com libertinagem. Eu vejo uma geração que acha que o sexo é algo que se faça com qualquer pessoa (o importante é curtir). Vejo jovens que batem o pé pra exigir respeito, mas não respeitam a ninguém, nem a si mesmos. Que gritam “mais amor, por favor”, mas quando veem um “funkeiro” mudam de calçada (afinal, funkeiro merece um tapa na cara, ô gentinha!). Eu vejo pessoas ansiosas e depressivas. Vejo o mercado de remédios antidepressivos e calmantes crescendo. Vejo gente correndo o tempo todo, pra garantir o futuro, e nunca vivendo o presente. Deito e fico inquieta. Eu penso em qual será o futuro da humanidade. Gente que só corre, só sangra, e se esvai. Gente que acha que o mundo evoluiu, mas eu só vejo regresso. Eu vejo gente, mas não vejo humanidade.
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