Lugar de pobreza, morte e problemas humanos irremediaveis. Lá, as freiras treinadas por madre Tereza servem às pessoas mais pobres e miseráveis do planeta: moribundos recolhidos nas ruas de Calcutá. O mubdo fica boquiaberto diante da dedicação das irmãs e dos resultados desse ministério, mas essas freiras têm uma coisa que me impressiona ainda mais: serenidade.
Se enfrentasse um projeto tão assustador como esse, provavelmente ficaria correndo de um lado para o outro, enviando e-mails para doadores, implorando por mais recursos, tomando remédios para enxaqueca, agarrando-me a tudo que diminuísse o meu desespero crescente em querer ajudar.
Mas não essas freiras.
A serenidade delas procede do que acontece antes do seu dia de trabalho. Às quatro da manhã, muito antes do nascer do sol, as irmãs levantam-se despertadas por um sino e um chamado: "vamos bendizer o Senhor". " Graças sejam dadas a Deus", elas respondem. Vestidas com saris brancos, elas lotam a capela, onde se assentam no chão, à moda indiana, oram e cantam juntas. Na parede da capela simples há um crucifixo com a inscrição: "Tenho sede". Antes de encontrarem o trabalho, elas se entregam ao culto ao amor de Deus.
Não vejo pânico nas irmãs que dirigem o Lar dos Moribundos e Destruídos de Calcutá. Vejo preocupação e compaixão, mas não obsessão pelo que precisa ser feito. Na realidade, logo no início de seu trabalho, elas tem como regra que reservem as quintas-feiras para oração e descanso.
Trabalho sempre existirá, mas se não descansarmos e orarmos, não teremos condição de executá-lo.
Observo que elas iniciam o dia com Deus e terminam o dia com orações à Ele. Tudo que acontece nesse intervalo É como uma oferta ao Senhor.
Essa é a diferença: Elas não trabalham para uma agenda de serviço social. Estão trabalhando para Deus.
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