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15 de julho de 2015

Tudo começou quando li um livro...

A VERDADE é que não sei bem por onde começar. Não é pela incompreensão que minhas palavras possam vir causar, mas pela minha simples incapacidade de ordena-las de forma justa e coerente.

Vejamos, tudo começou quando li um livro... se fosse um conto de fadas poderia usar "era uma vez...", mais ainda, se o que quero dizer fosse escrito em outra época nas Cidades Altas (escócia) eu poderia iniciar com "Houve uma época, há duzentos anos...", mas não, é apenas uma história qualquer, sobre uma garota qualquer. Então vou iniciar assim...

Tudo começou quando li um livro... A princípio um livro qualquer sem mesura ou classe, sem indicações ou um autor que deste a este livro uma linhagem. Era apenas um livro. Ao encerrar suas mil paginas eu não sabia o que tinha em minhas mãos, mas um livro eu sabia que não era.

Era madrugada, mas o sono não vinha e meu corpo não se cansava de reviver cada detalhe. Foram horas, mas se me perguntasse sem relutância teria respondido:
- Estou assim há dias... muitos dias.

Foram os momentos mais excruciantes de minha vida. Eu ri, chorei, me apaixonei, odiei, quis ir a guerra, depois evitar a guerra, e morrer de amor, viver por amor [não deveria ser ao contrário?]. Fiquei absorto e sufocada por horas. Não sabia quem eu era, mas sabia a forma, o cheiro e o gosto de cada sentimento experimentado. Eu tive prazer, mas também vi a dor, eu pude amar e ser amado. Não um amor comum, não amor de músicas, não amor de novelas (definitivamente não)

 AMOR... AMOR daqueles que nunca podem ser escritos em minuscula.

Perdi o ar algumas vezes e chorei outras. Não posso fingir que esta foi a minha primeira vez, eu já havia experimentado esse tipo de amor e dor outras vezes (em raríssimas ocasiões), mas sem dúvidas todas vindas de um tipo de passagem no tempo (ou passagem celestial) vinda através da abertura de um livro. Fiquei estarrecida.

Como pode haver algo tão palpável no universo e eu não poder fisicamente tocar? Como podem as pessoas não serem mais capazes de se entregar as outras desta forma? O que houve nesse espaço tempo que nos mudou tanto? Não era uma história qualquer e não posso dizer também que a história seja a razão para dor que me deixou por horas consternado. Senti desolada com a falta de pessoas francas e corajosas que pudessem se aventurar comigo nessa sensação maravilhosa. Foi como se alguém tivesse aberto uma porta em meu peito e doía (ainda dói).

Estou crendo na pior das hipóteses de o problema está na minha incapacidade de explicar. Bem certo que a luz viaja mais rápido que o som, pois ao tentar expor esse lampejo mágico (se é que posso usar palavra) o som não acompanha e meus lábios não se movem. É como se o que sinto fosse capaz de roubar de mim não só as palavras, mas também a coerência. Se não for insanidade eu não sei o que pode ser. É como se dentro de mim houvesse uma alma sedenta por algo, mas não era visível até então. [Se é que isso ajuda de alguma forma]. Eu queria dizer mais sobre o livro, mas a verdade é que o livro não é a razão [revelação importante] ele é apenas um tipo de chave. Uma chave antiga e provavelmente de uma porta bastante velha e grande. Maior do que qualquer coisa que já tive a chance de contemplar com meus próprios olhos. (a chave de meu castelo). Posso afirmar categoricamente que raramente leio algo capaz de ao menos chegar próximo a porta... desta vez era como se cada respiração minha de alguma forma fosse capaz de interferir na história.

Outra grande revelação sobre mim é que raramente tenho desejo insano de mudar as coisas. Talvez meu lado intransigente não me permita crer nisso. Não se pode mudar o passado, mas desta vez eu quis. O peso de estar presa ali era como se em algum momento eu já tivera experimentado algo similar... Não era imaginação, era um tipo de empatia palpável e extremamente dilacerante, mas como sentir empatia voraz por algo que nunca viveu antes? 
(vidas passadas existem?)... [pausa para reflexão]

Eu fui conectada a um fio de alta voltagem tão forte, tão denso, tão quente e profundo e agora sinto como se eu em algum outro momento tivesse sido forte o bastante para lutar uma batalha, mas que batalha? Eu não vivo em nenhuma época histórica e não sou mais que uma pessoa comum, então de onde vem essa reverência? de onde vem toda essa empatia e arrebatamento? fui queimada como bruxa no século passado? [não seria impossível a considerar minha personalidade]. Eu não sou o tipo aventureira e para lhe ser sincero é  como se eu penas estivesse neste espaço tempo temporário. Não há infelicidade nisso! Não, não...Porém a porta se abriu e não há mais como fechar... 

Quem será forte o bastante para atravessa-la?

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