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8 de junho de 2015

Fundo do poço

Todo recomeço é como acordar de um sonho, seja ele bom ou ruim. Para cada virada de página há um preço a ser pago, seja com sorrisos ou com lágrimas; com nostalgia ou urgência: qualquer mudança exige entrega.

Às vezes tudo o que temos é um fio, um frágil fio de esperança ao qual temos que nos agarrar para continuar acreditando que o novo virá.

E ele sempre vem.

Quem nunca pensou ter chegado ao fim quando, na verdade, estava apenas começando? Um novo amor, uma nova vida, um novo caminho a ser construído pedra por pedra, tropeço por tropeço. Acreditar na transitoriedade das coisas, taí algo que me conforta quando sinto que estou quase atingindo aquilo que penso ser o fundo do poço.

“Fundo do poço pra quem, cara pálida?”, ouço uma pequena voz dentro de mim reclamar sempre que isso acontece.
Foi essa mesma voz que impulsionou grandes revoluções, levando adiante ideias e planos que para muitos não passavam de tolices, de coisa de gente que viaja demais. Galileu, Einstein, Joyce e tantos outros, todos tinham em comum essa predileção por dar ouvidos ao que essa voz, às vezes tímida e às vezes autoritária, dizia.
É que sonhar não ocupa espaço, pelo contrário; sonhar abre espaço para que mais e mais conquistas sejam possíveis, e não estou falando de troféus pendurados na parede – de nada adianta ter medalhas para polir quando a mente está empoeirada. Portanto, sonhe o impossível até que ele seja possível de olhos abertos.

Não importa o quanto tentemos dizer que não, o novo, esse cavaleiro de armadura reluzente, sempre aparece para nos salvar dos dragões que ameaçam por fim à nossa jornada, à nossa travessia por essa vida que nem sempre é bonita como cantava Gonzaguinha, é verdade, mas que é a única que temos.

A coragem, a que empurra para frente quando o mundo te obriga a ir para trás, é um item raro, quase de colecionador. Não vale a pena esvair-se em desistências por conta do medo do que está por vir, das páginas em branco a serem preenchidas. Não troque o prazer de reinventar-se pela angústia da monotonia. Lembre-se: dexistir (assim mesmo, com x) é opcional.

Somos exploradores por natureza, descendemos de caçadores e coletores que se aventuraram a ir cada vez mais longe, abrindo caminho da escuridão das eras distantes até os dias atuais. Agora mesmo estamos tentando cobrir vastas distâncias da nossa galáxia em busca de respostas e, quem sabe, encontrar algum vizinho espacial dando sopa por aí. “A vida procura por vida“, dizia Carl Sagan.

Então, da próxima vez que pensar em desistir, faça um favor a si mesmo e talvez ao mundo inteiro: pare, respire fundo e ouça atentamente o que essa voz destemida e ancestral tem a lhe dizer.


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